A poesia de Nanci Otoni

Nanci - Nanci Otoni

Nanci Otoni O. de Faria nasceu em Nova Lima, MG, Brasil. É casada, mãe de três filhos, professora e orientadora aposentada. Graduada em Letras, Pedagogia e certificada em Hipnoterapia. Apaixonada por poesias e histórias de ficção, possui quatro obras publicadas e outras em andamento. Faz parte da Academia Nova-limense de Letras.

Poesia

MEU RETRATO

Não sei se é bom ou se é certo
Só sei que o que penso que o que o sinto
Fazem ainda diferença na hora de existir
De me expressar de me redimir

Sentimento de inutilidade me invade a mente
E uma tempestade de ideias loucas toma conta de mim
Não sei se protesto e aceito se durmo e se esqueço
Apenas sei que esses pensamentos ruins
Precisam ter fim

Viajo busco outros ares mas sempre me deparo
Com a sensação de insignificância que à noite me espera
Me sinto fraca um caco um trapo
Já fui um dia importante na história

Ainda bem que as lembranças já estão indo embora
Pessoas importantes que me vêm à memória
Escapam dela da mesma forma
E tampouco estou me lembrando dos tempos de outrora

Estou virando uma página em branco
Um ser sem mente e exigente e implicante
Que não sabe mais o que me espera
Apenas pressinto que estou indo embora
Que preciso pôr um fim na minha própria história

SABINO MENINO

Em 1923, nasceu, em BH, um menino
Filho de Odete e de Domingo Sabino
Que possuía talentos encobertos
Mas o dom de escrever era certo.

No dia das crianças, nasceu o mineirinho
Que gostava de ler pelo caminho
E nem percebia que havia perigo
De andar distraído lendo um bom livro.

Com doze anos, para o escotismo entrou
Em uma de suas crônicas, o garoto declarou
“Uma vez escoteiro, sempre escoteiro”
E seguirei livre para onde for.

Com doze anos incompletos
Aquele rapazinho foi o locutor
Do programa infantil “Gurilândia”
Que a rádio Guarani de BH criou.

Aos quinze anos, o Sabino se superou
E na criação de um jornalzinho ajudou
Ele foi cognominado “Inúbia”
E no Ginásio Mineiro se instalou.

Aos dezessete anos, aprendeu taquigrafia
Ser gramático o Sabino pretendia
E escrever mais rápido
Era tudo o que ele queria
Escritor, então, virou o menino.

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