Poetas do Ceará

A categoria Poetas do Ceará reúne escritores e escritoras que representam a poesia e a cultura do Ceará. Aqui, destacamos poetas cearenses que traduzem em versos a riqueza cultural, as histórias e as tradições do Ceará. Descubra escritores contemporâneos que nasceram ou se radicaram no Ceará, celebrando a essência literária desse Estado tão vibrante.
- Ceará, Homem Gay, Pessoa Autista, poeta contemporâneo, poeta vivo
Ari Arcilio Carneiro Sales de Albuquerque Júnior, Arcilio Sales, 42 anos, iniciou suas aventuras na poesia aos 10 anos e não parou mais de escrever. Define-se como a paixão que não cessa por tudo o que vive.
Alma de Poeta
No desdobrar do destino,
Joga suas folhas pelo caminho
E o vento embeleza seus passos
Em meio a histórias e devaneios.
Hoje fora andarilho,
Queda d’água a molhar-se
Na imensidão de pensamentos,
Coração ávido de desejos.
Ontem se fez conciso,
Calculando o elixir
Das poções que distribuíra
Aos amantes em busca de sonhos.
Amanhã metamorfose-á
Em bicho pequenino
Buscador dos menores espaços,
Fuçador de tudo que é diminuto.
Prepara sua tinta,
E no desdobrar dos caminhos,
Suas folhas se lançam,
Junto à alma do poeta.
- Ceará, Homem Gay, Pessoa LGBTQIA+, poeta contemporâneo, poeta vivo
Artur Hermano é natural de Fortaleza-CE, mas tem morado “na estrada” nos últimos 10 anos. Recentemente concluiu seu doutorado na Unicamp e agora encara o desafio de morar em São Paulo mantendo acesa a sua chama poética, que tem sido seu refúgio e seu poder secreto nos momentos mais difíceis. Sonha em um dia publicar seu próprio livro de poemas.
A ORIGEM DA VIDA
O enigma permanece insolúvel porque o entregaram em mãos científicas
Tivessem-no entregado às calejadas mãos de um poeta, há muito já teríamos entendido…
No princípio era o Caos, o desalentado e desesperado Caos
O tumulto e o desastre alimentaram e fortaleceram uma simples lagoa tépida, ardendo de tesão pela vida, paraísos oníricos, revoluções e amores impossíveis
Era óbvio que uma centelha ali seria acesa em meio aos intricados passeios quânticos, aquela centelha iria, claro, iluminar o fuso, criar um escrito, um refúgio de ordem em meio ao caos dos compromissos que pagam boletos
Espinosa narrou o duro desejo de durar – o conatus – que preencheu e multiplicou aqueles versos fragilmente malabarizados pelas calejadas mãos do planeta
E foi assim o início tão simples da vida
Raríssimo e implausível – mas basta que tenha acontecido uma vez
Da fuga do caos às odes eufóricas,
A vida nasceu como um poema da Terra para si mesma.
- Ceará, Pessoa Periférica, poeta contemporâneo, poeta vivo
Autor de A poesia para: outra poesia, dentre tantas (independente); do jeito que ahhh! encruzilhando beiradas, Abissais, ambos pela editora TAUP e de um canal de poesias audiovisuais no YouTube: poesiasdemarcosrobertodossa
O pagador de contas
por vinte anos financiei a vida
por mais tantos a renegociei
esta odisseia triste está invicta
meu totem e tabu pai astro rei
de assinar eu não lembro este contrato
nem discutir aqueles termos nem
com a substituição concordar com
ponto com sitcom triunvirato
era apenas um código de barras
tenro frágil febril uma ousadia
fé na vida um gracejo da fortuna
tudo que faz de si o seu vigia
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mais vinte anos parecido nem…
mais vinte anos parecido com…