Luciana Quintão de Moraes (1993) é poeta, revisora e tradutora literária, graduada em Letras (UNIRIO). Integra os coletivos “Fazia Poesia” e “Escreviventes”, pesquisa o figurativo do inominável e o hibridismo nas artes. Presente em diversos projetos poéticos. Tentei chegar aqui com estas mãos foi seu primeiro livro. Flor de sangue é o segundo.
Under the gun
1. Projétil – laço mortal
A bela palavra é animal.
Esta, que entranhada no
excesso de doce /olhar canino/
em diálogo com /um inferno musical
Diânico/ em sua árvore em reverberação, vibra.
2. Projétil – cinquenta e nove porcento
__A ilógica relação fundamental com todas as coisas.
__Um lugar cintilante.
__ De onde vem a palavra?
3. Projétil – figura da ausência
Uma frase raspada por vó
para um licor de pequi.
Tal história replicada em si,
por vir da morte de mãe.
Somos o que ficou salvo no arquivo:
4. Projétil – oculto
Vivemos por amor. E já sou um labirinto. Para respirar.
Também tenho esta doença.
No líquido amniótico de nossa origem____
Tome a minha concha, no mirante e no
tumulto, e não aceite um prazo.
5. Projétil – amor do gesto
Somos o tempo do Agora, onde tudo Finda,
No meio do labirinto que recebo em sua
Concha, e vivo por Amor, no lar da Perda Pétrea,
pela beleza Rara, nesse Labirinto;