A poesia de Jô Bittencourt

Foto_Jô Bittencourt - Jô Bittencourt

Gestora Cultural e graduada em Rádio e TV. Atuou como Facilitadora de Histórias na Bienal do Livro de SP e foi indicada ao prêmio Expocom 2012. Colaborou com coletivos poéticos, teatro e produções audiovisuais. Estreou na literatura impressa em 2013 e foi finalista do Festival de Poesia de SP em 2015.

Poesia

Torta

Dobrei sem simetria outro papel
Mesmo seguindo a linha pautada
cortei mais acima da linha pontilhada
Outra vez

Acontece o mesmo com cobertores
Junto as pontas
me concentro e rezo
mas sempre pende uma ponta
Sempre não tão bom assim

Lençóis de elástico então!
simbolizam toda minha trajetória errante
Da batata muita casca
e outros crimes com tesouras sem ponta

Talvez eu continue escrevendo inclinado
em linhas desbotadas

A curva do rio nunca quis ser reta
Transborda o cinza que
teima em emergir retilíneo
onde a nossa natureza
só quer existir

torta

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