Guilherme Balarin mora em Pindamonhangaba, interior de São Paulo; formou-se em publicidade e propaganda; é empresário, escritor, fotógrafo amador, membro da Academia Pindamonhangabense de Letras. Autor do livro de haicais Entre Monções, publicado pela editora Toma Aí Um Poema em 2023. Instagram:@guilebalarin
Poesia
Serei, eu mesmo, o que será
Era o banco que me sentava,
era a cama que me deitava,
era o corpo que me doía,
era a alma que me benzia.
Era tudo ao contrário
do contrário do inverso.
Um universo temerário.
Fui larva, fui pupa, sou disperso.
Livre de sonhos intranquilos,
preso em eterna metamorfose,
tropeço em cacofonias.
Assobios, gemidos e sibilos.
Não sou gente que já fui,
nem gente que sou que continuaria.
Nada sei do tempo que flui,
certo da saudade que sentiria.
Deixarei quebradas poesias preferidas,
cacos vários de pontas e cortes.
À vivência de tantas dores e vidas,
a certeza de outros amores e mortes.