Filho de migrantes pernambucanos, Cau Ferreira nasceu e cresceu na periferia de São Paulo. Formado em História e especialista e em Educação e Direitos Humanos, é professor da rede pública e escreve poemas. Cola lambes pela cidade e compartilha poesia e política nas redes sociais com @versopartido.
. no metrô
afogados uns nos outros navegam o oco do centro
cansados, sonolentos
pe
da
ços partidos do corpo do povo
contato direto, nem um teco de metro
cotovelo na costela, bolsa atochada no baço, de frente de lado
e no verso
cabeça no braço, recostada
narina nervosa, dilatada
rotina maldita, embaçada
castiga a preguiça
aos sopapos
pisada no pé (mal aê, sem querer)
sobra cara feia e tapa, até
a treta infinita
: o hábito
e XINGAR não resolve
nem vinte centavos resolve
o mal estar diário