Escritora paulista, autora dos livros “TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada” (Litteralux, 2017) e “Nequice: Lapso na Função Supressora” (Litteralux, 2018) , livro finalista na categoria contos do Jabuti 2019.
Querem o casto, o alvo
o que se move em letargia na nata sul
com a mansuetude fastidiosa das moças superiores,
das madres queixosas por dedos e taramelas minhas.
Encontramos, nas paredes sujas, alguns ossos pequenos e fagulhas de suposta fuga de rubra utopia.
E querem.
Querem passos miúdos, vozes menos roucas, colunas dóricas alinhadas com o reto de seus generais, com os discursos aleatórios dos troncos vazios em altares de Eridu.
Descobrimos, sob seus telhados ocreosos, anotações de sonhos vencidos, fungos auris, abusos puídos de peças ornamentadas para o grande fim.
E eles ainda querem.
Querem a carne forte até o nascer do sol, a mentira edificante da poesia alada de falsos poetas, o caldo dos músculos que não formam nações.
–
Despertei tarde.
Ninguém mais esperava por mim.
Em ninho de susto, descabido medo de se misturar aos meus restos e barros de gente… Ninguém mais apareceu.
Despertei do que trava a língua das palavras boas.
Mas era tarde pra mar.
E eles querem.
Puros…
o meu silêncio.