Poetas Assexuais
A categoria Poetas Assexuais reúne escritores e escritoras que exploram a experiência da assexualidade na poesia. Aqui, destacamos poetas assexuais que traduzem em versos suas vivências, perspectivas e identidades. Descubra autores contemporâneos que celebram a diversidade sexual e enriquecem a literatura com suas vozes autênticas e únicas.
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Bia Viana é escritora, jornalista e comunicadora. Autora da obra “A mulher jornalista no cinema” (2020) e coautora da antologia “Publicar é um Direito” (2023), escreve sobre comunicação, gênero e cultura. Foi delegada em evento na ONU pelos direitos das mulheres e atua internacionalmente em projetos sociais. Está nas redes como @btrzviana.
Pronome próprio, incomum
Um dia, terei minha própria casa
Minhas próprias coisas
Meu próprio jazz, tocando em meu próprio rádio
De meu próprio gosto
Acompanhado do próprio vinho, barato
Aquele que eu mais gosto
Que a gente sempre compra em três garrafas quando vai ao mercado
Com meus próprios pés, descalços
E minhas próprias mãos, segurando duas taças
Uma de cada lado
Um tinto e um rosé, para aproveitar os dois gostos
Também podem ser duas cervejas
Tudo depende do próprio momento, claro
E vou dançar no meu próprio tapete aveludado
Debaixo de meu próprio teto
Com o volume inapropriadamente alto
Para a hora de ser eu própria
Que será, espero, toda hora
Ah, como eu quero ser própria.
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Jéssica Iancoski é editora, poeta, designer gráfica e articuladora cultural. Autora de mais de 10 livros, foi finalista do Prêmio Jabuti (2022) e Prêmio Mix Literário (2022). Idealizadora do Toma Aí Um Poema, já publicou 2 mil autores e produziu mais de 1.500 poemas para plataformas digitais. Organiza o 1º Prêmio Literário da Cidade de Curitiba, com apoio da Fundação Cultural de Curitiba.
Ela
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Mandacaru floresceu em meio à dificuldade, nas noites de inverno. Agora agarra-se à vida como ao Sol, e lança suas palavras ao vento.
O peso em horas
O nó prende as palavras
O vidro desfoca e faz doer
O pêndulo pesa e desinfla
A bobina insiste em correr
Mexa o travesseiro murcho
Deixe o óleo escorrer
Um interior que ferve
Adormece ao derreter
O nó prende as palavras
Cada dobra faz ranger
O sino já desafina
A bobina vai correr
Feito para funcionar
Sem saber o que fazer
Um relógio tão cansado
Não se lembra de bater
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Sávyo Fernandes é natural de Catolé do Rocha/PB e se encontrou escritor em Janduís/RN, cidade onde reside atualmente. Graduado em História pela UERN e roteirista de produções audiovisuais. Publicou Naturália Psicótica (2021) e participou da antologia Nordestes (2023), lançada na FLIP, com o texto “Cordel de Facas”.
A PARTEIRA
Nenhum poeta dura mais que seu próprio verso
Considero o conclave silábico de palavras
Formador de asas carcomidas pelo deserto
Na imersiva cidade de escadas
De certo, subimos para os céus do romantismo
Ou menos que isso, para as mazelas da realidade
E não temos integridade no juízo
De nossas observações em vaidade
Parir uma estrofe é dar luz ao desconhecido
Mal gerido pelas estranhas disformes da memória
Brilhante feito joia nas vísceras do ser desentendido