Poetas do Rio Grande do Norte

Poetas do Rio Grande do Norte

Poetas do Rio Grande do Norte

A categoria Poetas do Rio Grande do Norte reúne escritores e escritoras que representam a poesia e a cultura do Rio Grande do Norte. Aqui, destacamos poetas norte-rio-grandenses que traduzem em versos a riqueza cultural, as histórias e as tradições do Rio Grande do Norte. Descubra escritores contemporâneos que nasceram ou se radicaram no Rio Grande do Norte celebrando a essência literária desse Estado tão vibrante.

João de Deus Souto Filho, natural de Carolina-MA, reside em Natal-RN. Geólogo e graduado em Letras. Autor dos livros “400 Haikais para Natal”, “Tempus – Sentir, fluir, fruir”, “Percepções sobre o Caminho de Santiago de Compostela na Região da Galícia”. Participou da antologia ECOAR, editado pela Toma Aí Um Poema. Instagram: @plenoescrito

Poesia

ENAMORADO ESTAR

Sempre enamorado estar
Mesmo que em mar tenebroso
Para poder voar
Pelas asas do teu eterno amar

Sempre enamorado estar
Mesmo que sob o escaldante sol
Dos desertos que tragam tantas vidas
Para poder subir ao céu
No redemoinho que nos faz levitar

Sempre enamorado estar
No alto da montanha
Onde o rarefeito ar
Quase não nos possibilita respirar
Ou na beira do mar
De espuma e sargaços
Onde a brisa forte
Quer nos arrastar

Sempre enamorado estar
No beijo
No afago
Na sutileza do teu olhar

Sempre enamorado estar
Só de sentir o teu suave respirar…

Sávyo Fernandes é natural de Catolé do Rocha/PB e se encontrou escritor em Janduís/RN, cidade onde reside atualmente. Graduado em História pela UERN e roteirista de produções audiovisuais. Publicou Naturália Psicótica (2021) e participou da antologia Nordestes (2023), lançada na FLIP, com o texto “Cordel de Facas”.

Poesia

A PARTEIRA

Nenhum poeta dura mais que seu próprio verso
Considero o conclave silábico de palavras
Formador de asas carcomidas pelo deserto
Na imersiva cidade de escadas

De certo, subimos para os céus do romantismo
Ou menos que isso, para as mazelas da realidade
E não temos integridade no juízo
De nossas observações em vaidade

Parir uma estrofe é dar luz ao desconhecido
Mal gerido pelas estranhas disformes da memória
Brilhante feito joia nas vísceras do ser desentendido

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