Poetas do Distrito Federal
A categoria Poetas do Distrito Federal reúne escritores e escritoras que representam a poesia e a cultura do Distrito Federal. Aqui, destacamos poetas brasilienses que traduzem em versos a riqueza cultural, as histórias e as tradições do Distrito Federal. Descubra escritores contemporâneos que nasceram ou se radicaram no Distrito Federal celebrando a essência literária desse Estado tão vibrante.
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Paulo Costa é natural de Brasília, psicanalista, formado em psicologia pela Universidade de Brasília, se arrisca na aventura da escrita tentando sempre escutar as rimas e os versos que a vida cotidiana tenta encobrir. Escrever a partir daí é um modo de sobrevivência, uma maneira de vivificar o irrepresentável, incluindo-o na letra.
I. Tri.logia do amor
Do anonimato das idas e vindas
Muito sentido, pouco a dizer
Ficamos na tarefa quase impossível de dizer o que nos escapa
da palavra que se reduz ao sentido
quando muitas vezes, uma palavra não cabe num sentido
quando esse sentir é muito pra pouca palavra, pra uma palavra pouca
Ilusão dizer que o máximo que se poderia dizer de um muito sentido seria um já batido “eu te amo”
Está aí a palavra pouca
Pra bom entendedor, meia palavra basta
Arrisco a dizer, pois se trata de um risco
Que a ausência da palavra também basta
E que é possível compreender no silêncio
Existe algo do silêncio que se transmite
E que para um bom compreendedor
o silêncio basta
Te amo em silêncio
e em anonimato
sem nome
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Sofia Lopes é escritora, tradutora e pesquisadora. É mestra em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB). Suas obras publicadas incluem dois livros, intitulados ‘Galatea’ e ‘Carbon Made’, além de ficções interativas e múltiplas publicações em antologias.
Ariadne
é rubro o fio que me ata ao reflexo
fio diáfano inviolável
que reescreve o tempo
e o deita perante meus pés
entalhes, trilhas que sigo
contigo, instinto e ardor
para traçar passos outros
labirínticos,
tortuosos, nossos.
é rubro o sangue que me escorre as paredes
sangue de corpo-bicho-mulher
que verte, alma às mãos
e se desfaz, água carmim
na pele em flor de seus braços,
cálices que transbordo
e preencho, lar que habito,
que me habita
em igual medida.