A poesia de Andréa Zemp Nascimento

azemp_foto - Andréa Zemp Santana do Nascimento

Andréa Zemp Nascimento é mãe, poeta, artista-educadora e arquiteta. É autora de “A criança e o arquiteto: quem aprende com quem?” (Annablume; FAPESP, 2015), de “tecedeira, com verso…” (Helvetia Éditions, 2024) e de “nascimento constante”, em co-autoria com Paula Constante (TAUP, 2025). Um de seus poemas é destaque do Prêmio Off Flip 2025.

Poesia

pélago

ilhada em ferida
não mais em carne viva

deito os cílios
às margens da casca

e vejo:
a pele é vasta

eras eros

verso é fio
fruto que flui
escuto o que fui
imito outras eras

aproprio-me do fio
não pra compor uma reta
espiral é o que me interessa
espiral da espera à vera

ou então torno-me hera
espraio-me desenfreada
ousada em camadas
agarro-me a peles diversas

quimeras

lisas ásperas
efêmeras vésperas
que reverbero
eco pleno e sincero

é no espontâneo que opero
energia incontida de eros

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